sexta-feira, 8 de julho de 2011

Tic-tac de Amizade

Deixo o dia entrar
na folha branca da minha vida
Sem sentido
Caminhando sem rumo
Um cão passa por mim
Olha-me
Como um unguento
Acaricia meus pés
Fico sem entender
Porque aquele cão reparou em mim ?
Quero guardar e aguardar aqueles olhos
De bicho vivo de amor sem fim
invadindo minha alma
ruas e muros
Fazendo-me escrever
Um caminho
Uma rota
Joguei fora os objetos fúteis
De uma vida
Antes
Tingida
Sem afeição
Preferi chamar o cão
Para partilhar comigo uma refeição
O dia finda
Estou tentando colocar no papel
Um azul-púrpura
Da minha letra
Carregada
de sentimentos
Feito uma chuva batendo
No vidro
Arrumo minha vida
Aquele novo amigo
Conseguiu ativar os ponteiros
Do meu relógio .


Ana Maria Marques


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